Bombeiros de Ponta Delgada celebram 146 anos e oferecem capacete da corporação ao Santuário

Celebração decorreu esta tarde em Ponta Delgada

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ponta Delgada assinalou esta terça-feira o seu 146.º aniversário, com uma celebração marcada pela fé, pelo simbolismo e pelo reconhecimento do papel insubstituível da corporação na defesa da vida humana.

“Não se trata apenas de honrar a história, mas de reconhecer todos os dias a dedicação dos bombeiros à defesa da vida humana” afirmou o reitor que presidiu à concelebração, na qual participou também o assistente da Corporação, padre Norberto Brum, que é vice-presidente da Direção.

A cerimónia religiosa decorreu no Santuário do Senhor Santo Cristo dos Milagres, padroeiro da corporação desde Maio de 1941, numa tradição que se repete anualmente. Durante a homilia, o reitor do Santuário, cónego Manuel Carlos Alves, destacou o papel espiritual e humano dos bombeiros.

“Oxalá tenham sabedoria e alento para continuar esta história” pois de cada vez que atuam “agem também em defesa da pessoa humana e da humanidade inteira”, afirmou.

A partir da liturgia proclamada, o sacerdote evocou as palavras do apóstolo Pedro – “Salva-me, Senhor” afirmando que esse grito é partilhado por todos, especialmente nos momentos de aflição.

“Por vezes, a salvação exige muitos sacrifícios e riscos”, recordou.

Para o sacerdote, o trabalho dos bombeiros está profundamente ligado ao serviço à humanidade: “Dependemos todos uns dos outros e colaboramos na vida uns dos outros. O que preenche a nossa vida é feito em conjunto, e não podemos deixar de colocar o interesse de todos em primeiro lugar.”

A eucaristia, celebrada em memória e gratidão pelo serviço prestado, culminou com um gesto carregado de simbolismo: a entrega de um capacete de bombeiro ao Senhor Santo Cristo dos Milagres. O comandante da corporação, Nuno Barbosa, ofereceu o capacete como representação da entrega, dedicação e história de todos os homens e mulheres que vestem a farda dos bombeiros.

“Neste capacete está o ADN de todos e de cada um dos nossos bombeiros… ele representa o nosso trabalho”, afirmou o presidente da Direção, João Paulo Medeiros.

O reitor anunciou que o capacete ficará exposto no coro baixo do Santuário, junto à imagem do Senhor Santo Cristo, como forma de homenagem permanente.

“É importante que quem aqui entra possa também sentir esta gratidão, e por isso o capacete ficará num lugar visível”, explicou.

O presidente da Associação Humanitária, João Paulo Medeiros, expressou o seu agradecimento pela recepção no Santuário e pela oportunidade de retomar uma tradição iniciada em 1941.

“É uma honra tê-lo como patrono. É um privilégio podermos levar o andor e reafirmar esta ligação espiritual”, disse, realçando o orgulho da corporação nesta ligação com o Senhor Santo Cristo, que este ano, na Procissão Solene de domingo ficou assinalada com o transporte pela primeira vez do ando por parte de elementos da Corporação.

A celebração lembrou ainda bombeiros e dirigentes já falecidos, sublinhando a importância de continuar a valorizar o seu trabalho diariamente.

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