Peregrinos do Senhor Santo Cristo exortados a fixarem-se nas dores do Senhor e nelas encontrarem a razão para a conversão

O Reitor presidiu à Festa dos Espinhos que é uma marca “espiritual e pastoral” na vida do Santuário

 

Foto: Santuário do Senhor Santo Cristo

O Cónego Manuel Carlos Alves presidiu esta tarde à Festa dos Espinhos no Santuário do Senhor Santo Cristo e exortou os presentes a fixarem-se nas dores e nas chagas da imagem de Cristo crucificado para aí encontrarem a força da sua conversão.

“É olhando para essas dores, na imagem do Senhor Santo Cristo, é contemplando aquele sofrimento que encontraremos a resposta para a nossa conversão: se ele sofreu por mim,  para que eu encontre o caminho da salvação, é no amor expresso no seu sofrimento que  encontramos força para mudar de vida”, explicitou o responsável pelo maior Santuário Diocesano.

“Contemplando aquele Senhor das dores e vendo o seu amor expresso naquele sofrimento, isso tem de merecer uma resposta diferente da nossa parte”, frisou salientando a importância desta festa, em tempo de Quaresma, até para celebrar melhor a Festa do Senhor Santo Cristo,  em tempo pascal.

“A Novena dos Espinhos é uma marca que  deve ser sobretudo espiritual mas é também uma marca pastoral que ajuda a compreender depois a festa do Senhor Santo Cristo”, disse.

“Esta novena, situada quase no início do tempo de Quaresma é uma oportunidade para vermos aquele Senhor no esplendor das dores,  não das capas nem das jóias” ressalvou destacando que a conversão, que “não se faz por decreto mas por vontade”, passa por corresponder ao amor de Deus tentando curar os espinhos que ainda hoje o atingem.

“A mendicidade, a violência, incluindo a violência que vai acontecendo no interior das nossas casas ou aquela que a TV vai mostrando na casa dos outros, nas cidades dos outros: temos de nos consciencializar que há que mudar de rumo”, afirmou.

“A solidariedade, caros irmãos, é apenas partilhar com os outros os bens que Deus nos deu em abundância” e que vão para além de “um abraço ou de umas moedas”.

“É mais vasta a riqueza com que Deus nos premeia todos os dias e é aí que devemos ser solidários: na fé, na cultura, na partilha do pão. É aqui que devemos agir”, enfatizou.

“O único valor que os cristãos devem guardar no seu íntimo é o amor,  em relação a Deus mas, sobretudo, diante dos irmãos, até sermos capazes de realizar este amor em cada um de nós”, disse pedindo, por outro lado, que a Quaresma seja aproveitada para o nascimento de  homens novos, “construtores de paz, com valor e ética”, referindo-se particularmente às novas gerações.

“Não fiquem presos a calculismos ou estatutos sociais mas realizem obras que decorram do amor a Deus e aos irmãos” frisou .

Na homilia da festa, precedida por um novenário onde os ouvidores  da ilha de São Miguel falaram da esperança que vem de Deus, que não engana, o cónego Manuel Carlos Alves desafiou ainda os presentes a resistirem às tentações sugerindo o caminho apresentado por alguns mestres da espiritualidade que nunca se desviaram do itinerário, “rezando mais”, “jejuando mais”, “escutando mais a Sua Palavra”.

De destacar que o Santuário vive particularmente a devoção das primeiras sextas-feiras, uma devoção ao Sagrado Coração de Jesus, marcado por uma coroa de espinhos, com momentos de recolhimento, comunhão e adoração eucarística, feitos para desagravar o Sagrado Coração de Jesus e reparar os inúmeros pecados cometidos contra Ele.

 

 

 

 

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