“O processo da Madre Teresa D´Anunciada não se compadece com pressas ou empurrões”- Reitor do Santuário do Senhor Santo Cristo

Missa de encerramento da Festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres teve esta especial intenção pela religiosa que impulsionou este culto há mais de 300 anos

A Madre Teresa D´Anunciada é “uma inspiração” na devoção ao Senhor Santo Cristo e na promoção deste culto, mas a declaração de santidade é mais exigente e requer um estudo aturado da sua vida que “tem de ser rigoroso” e não poder “ser feito à pressa ou com empurrões” referiu esta tarde o cónego Manuel Carlos Alves na homilia da missa que encerrou o programa religioso da Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres deste ano.

“É necessário estudar a fundo todos os escritos, passa-los por um crivo rigoroso e ver como a sua vida é um testemunho da sua santidade” referiu o reitor.“Ser reconhecida beata ou santa não é receber uma condecoração pelos bons serviços mas ser uma pessoa que é para todos o exemplo de vida, o exemplo de santidade e não de heroísmo” disse ainda o sacerdote que é o atual postulador da causa de Maria Vieira, a jovem mártir da Terceira, que perdeu a vida defendendo a sua virgindade, cujo processo diocesano ainda não está concluído. Aliás, o reitor do Santuário lembrou os vários passos a serem seguidos num processo de beatificação, sendo que o mais relevante é não haver culto instituído pela igreja, sobre quem recai a fama de santidade. Por isso, o cónego Manuel Carlos Alves deixou um pedido aos peregrinos: “Cada um pode ter a sua devoção à Madre Teresa e recorrer à sua intercessão mas nenhuma entidade da Igreja pode tentar forçar ou impor o culto” referiu.

“Não temos dúvida de que haverá um postulador, haverá comissões histórica e teológica para estudar todos os papéis mas antes há que reuni-los e fazer um estudo aturado do que existe”, concluiu.

“Não procuremos retocar a imagem da sua vida. O que é certo é certo, o que não é certo não podemos apoiar-nos na tradição ou interpretações humanas”, concluiu.

A partir da liturgia proclamada esta quinta-feira, o reitor lembrou que tal como os discípulos hoje somos convocados a ir para o mundo, confrontarmo-nos com a realidade e indagarmos o que é que jesus quer que façamos em cada momento e em cada etapa da vida”.

A Missa terminou com um agradecimento a todos os envolvidos desde os funcionários- “incansáveis e muito competentes”- ao pregador, á irmandade- “pilar da organização festiva fora do Convento”-, enfermeiros- acolheram 330 peregrinos doentes- , bombeiros, escuteiros, Câmara Municipal de Ponta Delgada e voluntários.

“Numa máquina todas as peças são importantes e deram um contributo decisivo para que tudo corresse bem. Foram, aliás, muito poucas as coisas que correram menos bem”, concluiu.

A Festa do Senhor santo Cristo dos Milagres terminou esta quinta-feira depois de mais de uma semana intensa de preparação com o tríduo pregado pelo sacerdote Jesuíta, José Frazão Correia. A festa foi presidia por D. Myron Cotta e ficou marcada pelo incêndio que deflagrou no Hospital do Divino Espírito santo de Ponta Delgada na manhã de sábado, tendo obrigado à evacuação de todo o espaço hospitalar.

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