Irmãs do Bom Pastor celebram 60 anos de profissão religiosa da Ir. Maria José Moniz no dia da fundadora
O reitor do santuário do Senhor Santo Cristo sublinhou esta quarta-feira a gratidão pelo dom da “entrega e doação a Deus e aos irmãos” de todos os religiosos, que mesmo dentro da “sua humanidade e fragilidade” continuam a “gastar a vida ao serviço dos outros” .
A comunidade residente no Santuário- Irmãs contemplativas de Nossa Senhora da Caridade do Bom Pastor- bem como toda a Congregação de Nossa Senhora da caridade do Bom Pastor celebra hoje a vida da sua fundadora e ao mesmo tempo a profissão religiosa da irmã Maria José Moniz, natural de Ponta Graça, ilha de São Miguel e residente na comunidade de vida apostólica de Ponta Delgada, há 60 anos.
“Diz a canção que 10 anos é muito tempo; ora 60 é muito mais. Estamos gratos pelo dom da sua profissão religiosa. E quando na igreja expressamos a nossa gratidão por aqueles que oferecem os seus bens materiais ainda ficamos mais gratos a todos os que doam a sua vida a Deus, quando aprendem a amar sem limites, e doando a vida a Deus doam-na também ao serviço dos irmãos”, afirmou o cónego Manuel Carlos Alves, no inicio da celebração de ação de graças por esta congregação que serve no Santuário desde janeiro de 2022.
“A vida religiosa tem por missão ser o sacramento da caridade de Cristo” disse o sacerdote durante a homilia destacando o “serviço constante e permanente dos religiosos que continuam a dar a conhecer a misericórdia de Deus”, apesar da sua fragilidade humana.
“Nem sempre é fácil” reconheceu o reitor que salientou a necessidade permanente de na vida religiosa olhar para o Evangelho e para a vida de Jesus e depois olhar o mundo e ver onde há necessidades para atuar.
“O contexto é muito importante para a decisão da ação” referiu lembrando que aquando da fundação desta congregação havia necessidades especiais no acompanhamento dos mais frágeis, como hoje “ainda há”.
“Santa Maria Eufrásia percebeu isso e atuou; hoje as irmãs do Bom Pastor continuam a seguir o seu exemplo”, atuando junto das mulheres vítimas de abusos e da sua recuperação.
“Num tempo em que o serviço aos mais frágeis era deixado para trás é preciso lembrar aqueles que perderam, e ainda perdem, a vida para se dedicar aos mais frágeis e desamparados”, concluiu o reitor que lembrou, ainda, que “Nosso Senhor nunca deixa ninguém para trás”.
“Nenhum de nós, na humanidade inteira, se perde para o Senhor. Somos muito importantes mesmo aqueles que estão mais longe do amor e do coração”, disse o cónego Manuel Carlos Alves, a propósito da liturgia proclamada a parábola da ovelha perdida.
No final da celebração a Irmã Maria José Moniz deixou um pequeno testemunho na primeira pessoa, para agradecer à família que sempre a acompanhou, à congregação e a todos os que a ajudaram no discernimento da sua vocação porque “a gratidão é a memória do coração”. Recordou o seu percurso de vida desde que entrou no convento com apenas 16 anos, para ver se era mesmo o que queria até às sucessivas colocações depois de ter professado, no Continente, nos Açores e na Madeira.
As comemorações desta data festiva começaram esta terça-feira com um momento de adoração eucarística e oração de vésperas, na capela do Convento da Esperança.