REGISTOS DO SENHOR SANTO CRISTO



A devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres, tem servido de tema para a criação dos chamados “registos”, sob a forma de quadros, em homenagem ao seu padroeiro.
De confecção manual, constitui, nos dias de hoje, peças de grande valor artesanal, tendo a sua origem na ilha de S. Miguel, estando já bastante difundidos nas restantes ilhas dos Açores, bem como nas comunidades de emigrantes.
Tendo por base uma estampa do Senhor Santo Cristo, geralmente a preto e branco, com a figura de Madre Teresa ajoelhada, enquadrada num altar, é envolvida por um conjunto de pequenas flores, de várias qualidades, dispostas de forma simétrica, confeccionadas nos mais diversos materiais, como, papéis prateados, metalizados, de seda, penas, escamas de peixe, veludo, pano, canutilho de ouro e prata, num quadro emoldurado, constituindo um trabalho de grande técnica, beleza e criatividade.
Este era um trabalho conventual, executado pelas religiosas, sendo que já são muitas as artesãs que, nos dias de hoje, se dedicam a esta actividade.

O famoso quadro “Os Emigrantes”, de Domingos Rebelo, retrata uma família micaelense, de partida para o novo mundo, levando consigo um registo, muito frequente nas casas rústicas, onde era colocado no quarto principal, que para além de objecto decorativo, tinha um carácter sagrado.
Em 1998, pela Portaria nº 89/98, de 3 de Dezembro, foi criada a marca colectiva de origem “Artesanato dos Açores”, que certifica a origem e a qualidade dos Registos do Senhor Santo Cristo.

Este registo foi elaborado pela Irmã Maria Beatriz Zuazola Gorria, do Convento de Nossa Senhora da Esperança, sendo a respectiva caixa executada pelo Mestre Serafim Manuel Machado, na tradicional madeira de giesta, tendo sido oferecido pela Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, a Sua Santidade, o Papa São João Paulo II, aquando da sua visita aos Açores, em 11 de Maio de 1991.